Misterioso "avião fantasma" da USAF deixa o Brasil, e missão secreta com diplomatas eleva especulações


Por Jardel Cassimiro

São Paulo (SP) – Encerrou-se na noite de quarta-feira (20) a misteriosa passagem pelo Brasil do Boeing 757-200 da Força Aérea dos Estados Unidos (USAF). A aeronave, conhecida como C-32B e operada por um esquadrão de elite para missões especiais, decolou do Aeroporto Internacional de Guarulhos por volta das 22h, deixando para trás uma série de perguntas sem respostas e intensificando o debate sobre a natureza da cooperação entre Brasil e EUA em um momento diplomático sensível.




O avião, de matrícula 00-9001, chamou a atenção por não possuir qualquer identificação externa — uma tática comum para missões que exigem discrição máxima. Fontes da Polícia Federal confirmaram que a aeronave transportou diplomatas americanos para o consulado em Porto Alegre (RS), onde fez sua primeira parada na terça-feira (19). No entanto, o motivo da visita e a identidade dos passageiros permanecem sob sigilo.


A operação, embora autorizada pelo Ministério da Defesa do Brasil, gerou reações no cenário político. Parlamentares da oposição já protocolaram requerimentos de informação, cobrando transparência do governo brasileiro. A deputada Duda Salabert (PDT-MG) foi uma das vozes que se manifestaram publicamente, afirmando em suas redes sociais: "O Brasil não pode aceitar nada que fira a nossa soberania! Acionei o Ministério da Defesa para que torne pública essa informação."


A visita ocorre em um momento de atrito nas relações bilaterais, com recentes sobretaxas comerciais impostas pelos EUA a produtos brasileiros e o cancelamento de exercícios militares conjuntos que estavam planejados. Analistas ouvidos pela imprensa especulam que a necessidade de um transporte tão sigiloso para diplomatas pode estar diretamente ligada a negociações sensíveis ou a um reforço na segurança da equipe consular em meio a este cenário.


O 150º Esquadrão de Operações Especiais, responsável pelo voo, é conhecido por transportar membros do alto escalão do governo americano, incluindo agentes da CIA e equipes de resposta rápida do Departamento de Estado. Após uma breve estadia na capital gaúcha, a aeronave voou para São Paulo, onde ficou por cerca de 24 horas em uma área de acesso restrito antes de deixar o país, mantendo o véu de mistério sobre seu destino final.

Imagem: (André Ávila/ Agência RBS)

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