REVIRAVOLTA HISTÓRICA: Desemprego em Alagoas despenca para o menor nível em 13 anos
Estado alcança o menor patamar de desocupação em mais de uma década, com 99 mil pessoas em busca de trabalho no segundo trimestre de 2025, segundo dados do IBGE.
Por Jardel Cassimiro, para o Correio 101
Maceió, AL – O estado de Alagoas alcançou um marco histórico em seu mercado de trabalho. A taxa de desocupação caiu para 7,5% no segundo trimestre de 2025, o menor percentual registrado desde o início da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), em 2012. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (15) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Este novo índice representa uma melhora significativa no cenário econômico local. Em comparação com o primeiro trimestre de 2025, quando a taxa era de 9,0%, a queda foi de 1,5 ponto percentual. Na comparação anual, a redução foi de 0,7 ponto percentual em relação ao segundo trimestre de 2024 (8,2%).
Em números absolutos, o contingente de pessoas desocupadas em Alagoas totalizou 99 mil pessoas, uma redução de 16,1% — ou 19 mil pessoas a menos — em relação às 118 mil registradas no trimestre anterior.
Cenário Nacional e Comparações
Apesar da melhora expressiva, a taxa de desocupação em Alagoas ainda se encontra acima da média nacional, que foi de 5,8% no segundo trimestre de 2025. O Brasil também apresentou uma tendência de queda, com redução de 1,2 ponto percentual ante o trimestre anterior (7,0%) e de 1,1 ponto percentual frente ao mesmo período de 2024 (6,9%).
A pesquisa revela as disparidades regionais do país. Enquanto 18 das 27 unidades da federação viram suas taxas de desemprego caírem, os maiores índices foram registrados em Pernambuco (10,4%), Bahia (9,1%) e Distrito Federal (8,7%). Na outra ponta, os estados com menor desocupação foram Santa Catarina (2,2%), Rondônia (2,3%) e Mato Grosso (2,8%).
Subutilização da Força de Trabalho Ainda é Desafio
Apesar do avanço no índice geral, um olhar mais aprofundado revela desafios persistentes. A taxa composta de subutilização da força de trabalho em Alagoas — que inclui desocupados, subocupados por insuficiência de horas e força de trabalho potencial — foi de 23,8%. Embora represente uma queda em relação aos 27,3% do trimestre anterior, Alagoas ainda detém a sexta maior taxa de subutilização do país.
Os estados com os maiores percentuais neste indicador foram Piauí (30,2%), Bahia (27,0%) e Sergipe (26,0%), evidenciando uma questão estrutural no mercado de trabalho nordestino.
Renda Sobe, mas Informalidade Predomina
Uma notícia positiva para os trabalhadores alagoanos foi o aumento do rendimento. O rendimento médio real de todos os trabalhos foi de R$ 2.530. O valor não apresentou variação estatística em relação ao primeiro trimestre, mas registrou um aumento expressivo de 13,4% em comparação com o mesmo período de 2024.
No entanto, a estrutura da ocupação mostra que a informalidade segue como uma realidade majoritária. Dos trabalhadores ocupados no estado, 552 mil atuam na informalidade, enquanto 354 mil possuem carteira de trabalho assinada no setor privado. O nível geral de ocupação em Alagoas ficou em 48,2%, um aumento de 1,3 ponto percentual em relação ao trimestre anterior.
Sobre a Pesquisa
A PNAD Contínua é o principal instrumento de monitoramento da força de trabalho no Brasil. Os dados divulgados incorporam uma reponderação da série histórica, utilizando as projeções populacionais atualizadas com base nos resultados do Censo Demográfico de 2022, o que confere maior precisão aos números. A próxima divulgação trimestral, referente aos meses de julho, agosto e setembro de 2025, está agendada para o dia 14 de novembro.
Os dados desta pesquisa também podem ser consultados no link https://painel.ibge.gov.br/Crédito da foto: Gil Ferreira/Agência CNJ
JARDEL CASSIMIRO
