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Bolsonaro Vê Condenação como Certa e Teme Prisão Comum; Aliados Pedem Domiciliar

 


Por Jardel Cassimiro, 11 de setembro de 2025


BRASÍLIA – Com sua condenação na 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) sendo tratada como "favas contadas", o ex-presidente Jair Bolsonaro já deslocou suas preocupações do veredito para as consequências práticas de uma eventual pena. Segundo aliados próximos, Bolsonaro recebeu com "zero surpresa" os votos desfavoráveis dos ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino no julgamento sobre a trama golpista, e agora seu principal temor é ser enviado a um presídio comum, como o Complexo da Papuda.


A principal linha de argumentação do ex-presidente e de sua defesa gira em torno de seu estado de saúde. Atualmente em prisão domiciliar, autorizada em 4 de agosto, Bolsonaro tem enfrentado crises de soluço e já necessitou de múltiplas autorizações do STF para realizar exames e procedimentos hospitalares.


Seus apoiadores defendem que ele permaneça em regime domiciliar mesmo após a sentença final, traçando um paralelo com o caso do ex-presidente Fernando Collor. Condenado a mais de 8 anos por corrupção, Collor cumpre a pena em casa por determinação judicial devido a questões de saúde, um precedente que a defesa de Bolsonaro pretende utilizar.


Enquanto isso, no Supremo Tribunal, os ministros analisam o cenário político com cautela. A recente articulação por uma anistia para os envolvidos nos atos golpistas é vista internamente como uma "coalizão oportunista" entre o Centrão e a ala mais radical do bolsonarismo.


A leitura na Corte é que os dois grupos têm motivações distintas: parlamentares do Centrão estariam buscando se proteger de investigações sobre emendas parlamentares, enquanto os bolsonaristas almejam o perdão judicial para seus líderes e aliados. Ministros consideram que um "freio de arrumação" será necessário para desarticular essas pressões sobre o sistema de Justiça após o julgamento de Bolsonaro e dos outros sete réus.


Fontes do tribunal afirmaram ao blog que a possibilidade de uma anistia ser considerada constitucional é nula. Além disso, há uma preocupação de que tal medida soaria como uma concessão ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que recentemente impôs tarifas comerciais ao Brasil em uma aparente retaliação ao julgamento de seu aliado político.

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