Arthur Lira Confirma Saída da Câmara e Mira Senado em 2026, Redesenhando o Cenário Político de Alagoas

Em declaração a jornal de circulação nacional, o presidente da Câmara dos Deputados encerra, especulações sobre sua reeleição e afirma que aliança com Davi Davino Filho e Alfredo Gaspar de Mendonça definirá um único nome para a disputa majoritária, acirrando o embate com o grupo Calheiros.


Por Jardel Cassimiro | Para a Revista Correio 101

Brasília, DF – O tabuleiro do xadrez político alagoano para as eleições de 2026 sofreu um de seus abalos mais significativos nesta semana. Em uma declaração aguardada e de forte repercussão, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (Progressistas), confirmou ao jornal O Globo que não buscará um novo mandato como deputado federal, uma posição que ocupa há quatro mandatos consecutivos. A decisão, que já era ventilada nos bastidores e confidenciada a aliados próximos, oficializa a sua ambição de alçar um voo mais alto: a disputa por uma das duas vagas para o Senado Federal.


A confirmação de Lira não é apenas um anúncio de candidatura, mas um movimento estratégico que redefine as alianças e intensifica uma das mais notórias rivalidades políticas do estado. "O parlamentar, projeta que é o momento natural dar um salto", afirmou, indicando um cansaço do ciclo eleitoral da Câmara e a busca por um novo patamar de influência política em Brasília e em Alagoas.

O ponto nevrálgico de sua fala, no entanto, foi a forma como abordou as especulações sobre a composição de sua chapa. Com a iminente disputa pelas duas cadeiras no Senado, o cenário em Alagoas se mostrava complexo, especialmente dentro do próprio grupo de Lira, que conta com outros nomes de peso como o deputado federal Davi Davino Filho (Progressistas) e o ex-procurador-geral de Justiça e também deputado federal Alfredo Gaspar de Mendonça (União Brasil).


Lira foi categórico ao afastar a possibilidade de uma fissura interna, enviando um recado claro sobre a coesão de seu campo político. “Davi Davino e Alfredo são aliados e não tem a possibilidade de sair Arthur, Davino e Alfredo (ao mesmo tempo, para o Senado), nem tem espaço para isso”, sentenciou o presidente da Câmara.

A declaração funciona como uma peça de ordenamento em seu grupo: haverá um afunilamento para um nome, ou, no máximo, uma composição que não coloque os três principais aliados em rota de colisão pela mesma vaga. Isso significa que a disputa, como pontuou Lira, será "para fora", mirando diretamente o campo adversário, historicamente liderado pelo senador Renan Calheiros (MDB), que já ocupa uma das cadeiras do estado no Senado e representa a principal força antagônica a Lira na política local e nacional.


A questão que paira nos círculos políticos de Maceió a Brasília é justamente a que se segue a essa afirmação de unidade. A política, especialmente a alagoana, é notória por suas reviravoltas e rearranjos. A certeza de hoje pode se tornar a dúvida de amanhã. A afirmação de Lira serve para consolidar sua posição de liderança e organizar suas tropas, mas as negociações que ocorrerão a portas fechadas até o prazo final das convenções partidárias serão intensas e complexas. Definir quem, entre nomes de tanto capital político, dará um passo ao lado em prol de um projeto de grupo será o grande desafio de Arthur Lira nos próximos meses.


Com sua decisão, Lira não apenas agita o cenário para 2026, mas também força todos os atores políticos de Alagoas a recalcular suas rotas. O movimento crava a eleição para o Senado como o epicentro da batalha política do estado, prometendo um embate de titãs que irá moldar o futuro do poder em Alagoas por muitos anos.

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