Caso Ruy Ferraz: Polícia Prende Segundo Suspeito de Envolvimento na Execução do Ex-Delegado
Homem conhecido como 'Fofão', detido no litoral paulista, é apontado como participante da logística do crime; outros três investigados, incluindo um policial militar, continuam foragidos.
Por Jardel Cassimiro, para a Revista Correio 101
SÃO PAULO, SP – A complexa teia de eventos que envolve a execução do ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes começou a ser desvendada com mais um avanço crucial da polícia. Na manhã desta sexta-feira (19), um segundo suspeito de participação no crime foi preso no litoral de São Paulo. O homem, identificado pelo apelido de “Fofão”, é acusado de ter desempenhado um papel fundamental na logística do atentado que tirou a vida de uma das figuras mais proeminentes da segurança pública paulista.
A prisão de “Fofão” representa um progresso significativo nas investigações, ocorrendo pouco mais de 24 horas após a primeira detenção relacionada ao caso. Na madrugada de quinta-feira (18), Dahesly Oliveira, de 25 anos, foi presa temporariamente, acusada de transportar um dos fuzis de alto calibre utilizados pelos executores no atentado, ocorrido na tarde de segunda-feira (15), em Praia Grande.
Com as duas prisões, os investigadores começam a montar o quebra-cabeça de uma operação criminosa que se revela cada vez mais organizada e audaciosa. Enquanto Dahesly é apontada como responsável por uma parte crucial do arsenal, “Fofão” teria atuado nos bastidores, garantindo que os elementos necessários para a emboscada — como veículos, rotas de fuga e vigilância — estivessem em seus devidos lugares.
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) confirmou que, além dos dois detidos, a Justiça expediu mandados de prisão para outros três investigados, que agora são considerados foragidos. A caçada a esses indivíduos é a prioridade máxima das forças-tarefa. Entre os procurados, conforme apurado, está um policial militar, um fato que adiciona uma camada ainda mais grave e alarmante à investigação, sugerindo uma possível traição dentro das fileiras que deveriam proteger a lei.
O assassinato de Ruy Ferraz Fontes não foi um ato isolado de violência, mas um ataque direto e simbólico ao Estado. Sua gestão como delegado-geral foi marcada por um combate rigoroso a facções criminosas, e a principal linha de investigação aponta para uma retaliação como a motivação do crime.
A polícia agora se concentra em analisar as informações obtidas com os dois suspeitos presos e em localizar os três foragidos para determinar a exata função de cada membro na conspiração, e, principalmente, para identificar os mandantes por trás da execução. A cada passo, a investigação se aproxima de expor por completo a face de uma organização criminosa que ousou desafiar a mais alta autoridade da Polícia Civil paulista.
JARDEL CASSIMIRO