Tiroteio Durante Missa no Rio Deixa um Morto e Dois Feridos; Fiéis se Protegem Debaixo de Bancos
Cenas de pânico foram registradas dentro da Igreja de São Cosme e Damião, no Andaraí, enquanto um confronto na rua atingia vítimas de balas perdidas e evidenciava a crescente crise de segurança na cidade.
Por Jardel Cassimiro Para a Revista Correio 101
RIO DE JANEIRO — Um momento de fé e devoção transformou-se em um cenário de pânico e terror na noite deste sábado (27), quando um intenso tiroteio na Zona Norte do Rio de Janeiro forçou fiéis, incluindo crianças e idosos, a se abrigarem debaixo dos bancos de uma igreja para escapar dos disparos. O confronto, que ocorreu a poucos metros da Paróquia de São Cosme e Damião, no bairro Andaraí, resultou na morte de um suspeito e deixou dois trabalhadores feridos por balas perdidas.
A missa transcorria normalmente quando o som de uma rajada de tiros irrompeu do lado de fora do templo. Vídeos que circulam nas redes sociais capturaram a reação desesperada dos presentes: homens, mulheres e crianças, em um ato instintivo de sobrevivência, deitaram-se no chão e buscaram proteção entre os vãos dos bancos de madeira, enquanto o som da violência urbana se sobrepunha às orações.
Segundo o comando da Polícia Militar, o tiroteio foi resultado de um confronto na esquina da Rua Leopoldo com a Rua Dona Amélia, a aproximadamente 100 metros da igreja. Um homem, identificado pelas autoridades como um criminoso envolvido na troca de tiros, foi morto no local.
A violência, no entanto, não se limitou aos envolvidos no confronto. Duas pessoas inocentes, que estavam na área no momento do tiroteio, foram atingidas por balas perdidas. As vítimas foram um entregador e um despachante de ônibus. Ambos foram socorridos e deram entrada no Hospital do Andaraí. Conforme a última atualização médica, o entregador já recebeu alta, enquanto o despachante permanece internado, com um quadro de saúde considerado estável.
O episódio gerou uma onda de choque e indignação entre os moradores do Andaraí e das comunidades vizinhas, reacendendo o debate sobre a falha do Estado em garantir a segurança da população. A imagem de um local sagrado, um refúgio para a comunidade, sendo invadido pelo medo da violência armada, tornou-se um símbolo contundente da gravidade da situação na região.
Em resposta ao incidente, a Polícia Militar informou que o policiamento na área foi imediatamente reforçado. Viaturas foram posicionadas em pontos estratégicos do bairro na tentativa de coibir novas ações criminosas e restaurar um mínimo de tranquilidade para os moradores, que agora convivem com a memória de uma noite em que a prece e o pânico andaram lado a lado.
JARDEL CASSIMIRO